AS PEDRAS DE ROMA
Edmilson Caminha, da
Academia de Letras do Brasil, jornalista e escritor.
COMENTÁRIOS SEMANAIS SOBRE MEIO AMBIENTE, POLÍTICA, LITERATURA E OUTRAS SUTILEZAS DO COTIDIANO.
AS PEDRAS DE ROMA
Edmilson Caminha, da
Academia de Letras do Brasil, jornalista e escritor.
Os Fugitivos da Água Eugênio Giovenardi:
Uma agroindústria ecológica
Além da água da fonte, quanto se pode
ter gratuitamente da natureza que espera pacientemente que os seres humanos
aprendam a ser socialmente, economicamente e politicamente inteligentes para
viver com sabedoria a felicidade de participar do milagre da vida e compreender
a simples economia da natureza.
Imagens: Bambus e canudos de bambus. (Fotos,
Eugênio Giovenardi, 91, Sítio Neves)
Ao completar 91 anos,
agradeço a Ignez e Antonio pela vida, a Hilkka Mäki pela amorosa companhia de
56 anos, a minha filha Aino Alexandra e genro Ronald Neri, a minhas netas Luiza
e Laura, pelos atenciosos cuidados diários; a meus irmãos Luís, Maria Celina, Celso,
Ivo, aos irmãos que partiram ─ Nelson, Cláudio, Victor, Terezinha, minha perene
lembrança. A primos e primas, sobrinhos e sobrinhas espalhados por diferentes
terras brasileiras, a Dadá e seus filhos Jefferson e Ítalo minha gratidão. Aos
amigos da natureza, das árvores, das águas e a todos os hóspedes do Sítio Neves
minha felicidade vegetal. A todos os caminhantes que abrem caminho de liberdade
e paz ofereço minha mão estendida e os pensamentos que a vida me revelou e registrados
em algumas centenas de páginas nos 30 livros publicados.
OS FILHOS DO CARDEAL, Paralelo XV, 1997. 2a Edição -
2009 com novo título - O HOMEM PROIBIDO - Romance
Movimento, traduzido ao espanhol – Los hijos del cardenal - Ed. Arte
y Literatura, 2000. Ao finlandês – Kielletty Mies - Like, 2005. Ao inglês - The
Forbidden Man - Kelps, 2019. Ao francês – L’Homme interdit
- 2020
POEMAS IRREGULARES, 1998 - Poesia
EM NOME DO SANGUE, 2002 – Romance,
Prêmio Açorianos de
Literatura, 2003.
Traduzido para o finlandês. 2005. -
VENTOS DA ALMA, Poesia, 2003
OS POBRES DO CAMPO, 2003 - Ensaio
SOLITÁRIOS NO PARAÍSO -
2004 Poesia
O RETORNO DAS ÁGUAS, NASCENTES, 2005, Bilingue - 2a edição,
2015 – KELPS ▬ Ensaio
A SAGA DE UM SÍTIO, 2007 – 2a edição, 2016 - Crônicas
AS PEDRAS DE ROMA, 2009 – Traduzido ao inglês – THE STONES OF
ROME - KELPS - 2019- Romance
HELIODORA, 2010 - Romance
SILÊNCIO, 2011- Romance
AS ÁRVORES FALAM - -- 2012 - Crônicas
O ÚLTIMO PEDESTRE -- -
2013 – Romance
SUTILEZAS DO COTIDIANO - -2013 - Crônicas
ECOLOGIA - Nova forma de prosperidade - - 2014 - Ensaio
NO MEIO DO CAMINHO – 2014 – Ensaio
ANARQUISMO LITERÁRIO, 2014, KIRON - Ensaio
UMA OBRA EM VERDE - KIRON – 2016 - Ensaio
RELICÁRIO, KELPS, GOIÂNIA, - - 2016 Poesia
REENCONTRO - O que aprendi da natureza - KELPS, 2017 – Ensaio
ALDEBARÃ E EU, Kelps, 2018 ─ Crônicas
A VELHICE DO TEMPO - O TEMPO DA VELHICE, 2020, KELPS Ensaio
ECOSSOCIOLOGIA, ─ RELAÇÕES HOMEM/NATUREZA ─ KIRON – 2016 – 2a
edição ampliada, KELPS, 2021 - Ensaio
CALIANDRA- ouvindo a natureza – 2020 - KELPS –– Poesia
CARTAS DA PRISÃO –– KELPS – 2020/2021 – Crônicas
À PROCURA DA BRASÍLIA PERDIDA – KELPS, 2022 – Crônicas
O CERRADO E NÓS ─ Escritos Ecológicos ─ KELPS, GO, 2022)
OUVIR AS ÁRVORES ─ Crônicas ─ KELPS, GO, 2023
SEGREDOS MILENARES DO CERRADO ─ Fotolivro ─ Athalaia Gráfica
e editora, Brasília, 2024.
OS FUGITIVOS DA ÁGUA ─ Romance ─ KELPS, GO, 2025.
UM OLHAR ECOAMBIENTAL SOBRE BRASÍLIA ─ Artigos ─ KELPS, GO,
2025
A) BRASÍLIA, A TERRA PROMETIDA ─
Livreto ─ Discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico - Distrito
Federal - Cadeira 94 - Gilberto Freire, 2008.
B) DYONÉLIO MACHADO ─ Livreto ─
Discurso de posse na ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL Cadeira XIX, 2019
A ordem foi dada por um senador, contaminado pelo escravismo,
à ministra Marina Silva. A ex-senadora estava no lugar errado. Foi alertada e
saiu. Marina Silva, embora o próprio governante não saiba, é Ministra da Natureza,
para proteger a biodiversidade. Este é seu lugar, mesmo contra a ignorância
senatorial. Marina Silva se alfabetizou com a letra “a” de árvore, de água, de
amor à vida que pulsa nas florestas, nos rios e nas terras do planeta.
Seu legislador á a natureza cuja constituição não requer
nem precisa de emendas parlamentares. Ministra Marina Silva defenda, com o
apoio de milhões de vozes libertas, seu privilegiado lugar habitado por vidas
humanas e não humanas, impulsionadas por contagiantes energias que falam,
cantam e alegram o planeta.
SÍTIO
DAS NEVES – BR 060 – KM 26 – DF -
Em
milímetros ─ 1 mm = 1 litro/m2
MÊS
MM/MÊS TOTAL/ANO/ MM
2013 – 25,3 2.255,6
2014 – 26,0 1.677,5
2015 – 42,0 1.642,7
2016 - 38,9 1.921,7
2017 ─ 64,2
1.478,7
2018 –
9,1
1.760.5
2019 –
16,3 1.069.3
2020 ─
17,7 1.787,8
2021 ─
00,0 1.710.8
2022 ─
6,3 1.279,2
2023 ─
00,0 1.323.4
2024 ─
00,0 1.770,9
2025 ─ 00,0 510,8 (no ano)
Durante 156 meses (doze anos),
registro e publico os volumes de chuva, captados pelo pluviômetro autorizado
pela Agência Nacional de Águas, na área da Bacia Hidrográfica do Ribeirão das
Lajes. É lamentável que mais da metade do bioma Cerrado esteja sendo
desvirtuado. A regeneração de uma área, para o bom funcionamento de uma
floresta, leva mais de 50 anos. Nos últimos 13 anos, o volume de águas do
período chuvoso vem diminuindo alarmantemente, acompanhado de tempestades
arrasadoras e letais.
O Sitio das Neves (700.000 m2) registrou,
ao longo do mês de maio, 00,0 de litros. Nesses doze anos, apenas em três meses
se registrou mais de um litro/dia. A partir de 2021, a mudança do clima não é apenas
um alerta. É uma realidade! O acumulado de chuvas do ano de 2025, é de 510,8 mm
(ou litros por m2,) na região da microbacia do Ribeirão das Lajes, no Distrito
Federal.
"SENATUS", de origem latina, significa
"conselho de anciãos", ora direis!!!
Ao
ouvir um senador repreendendo a ministra do Meio Ambiente com estas palavras: ─
¨A senhora está atrapalhando o desenvolvimento do país¨ ─ compreendi minha intuitiva
decisão de respeitar, ao longo de 51 anos, a lenta regeneração de setenta (70)
hectares de Cerrado. Sou hóspede desta biocomunidade que abriga generosamente
seres humanos e não humanos, alegra a biodiversidade e sustenta a teia da vida.
700.000
árvores, milhares de arbustos e gramíneas são antidesenvolvimentistas. Os 70
hectares, se libertaram da ganância humana. Não alimentam possíveis 70 bovinos. Não produzem 350 ton. de soja. Não exportam jacarandás,
cajazeiras, angicos, copaíbas, embiruçus, guapevas, jequitibás.
Corajosa
e eficazmente, recebem e retêm, cada ano, 840 milhões de litros de água para
revigorar nascentes e recarregar aquíferos. Os 70 hectares
antidesenvolvimentistas podem reter 2.240 t de CO2 e devolver,
diariamente, outras tantas de oxigênio limpo.
A
natureza das coisas e da vida mostrou-me o caminho da felicidade possível. O
capitalismo inadministrável aprisionou a teia da vida, humana e não humana, num
labirinto político-econômico.
Para
Marina Silva
A
natureza te abraça.